Dom Carlos Duarte da Costa

Administrador Apostólico da Diocese de Cafelândia 1926-1929

BISPOS

Pe. Washington Lair Urbano

5/9/20233 min read

Dom Carlos Duarte da Costa - Nascido no Rio de Janeiro, na freguesia de Santo Antônio, em 21 de julho de 1888, concluiu seus estudos primários no Colégio Salesiano Santa Rosa, em Niterói. Em 1897, aos nove anos, seu tio Bispo de Goiás, enviou-o a Roma para estudar no Colégio Internato Pio-Latino Americano. Retornou ao Brasil e estudou no Seminário Filosófico e Teológico em Uberaba, sendo ordenado padre no dia 1 de abril de 1911, pelo Cardeal Dom Joaquim Cavalcanti. Ministério - Foi pároco em várias igrejas no Rio de Janeiro e em 1923, foi nomeado Vigário Geral da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro. Em 1924, o Papa Pio XI nomeou Dom Carlos como o segundo bispo da Diocese de Botucatu, sendo sagrado bispo pelo cardeal Dom Sebastião Leme. Dom Carlos foi um bispo polêmico: defendia o divórcio. Em 1932 organizou o Batalhão do Bispo para lutar na Revolução Constitucionalista; possuía uma ação social agressiva que dilapidou os cofres da diocese. Devido a suas posições e má situação financeira da Diocese de Botucatu, foi investigado pela Cúria Romana e em 1937, renunciou a seu cargo, recebendo o título de Bispo de Maura, uma diocese extinta no Norte da África, e mantendo o de Bispo Emérito de Botucatu. A renúncia Dom Carlos mudou-se para o Rio de Janeiro, onde continuou sua crítica ao regime de Getúlio Vargas. Também iniciou a pregar contra a doutrina da infalibilidade Papal, manter uma atitude liberal quanto ao divórcio e a liberdade para os clérigos se casarem. 10.06.1944 - Proibido pela Igreja de pregar e confessar fiéis 06.07.1944 - É preso na sua residência particular acusado de comunista. Permaneceu preso até 06 de setembro deste mesmo ano. Enquanto estava preso pressões internacionais encabeçadas pelo presidente norte-americano Franklin Delano Roosevelt e pelo primeiro-ministro britânico Winston Churchill fizeram que o governo federal o libertassem. Para difundir suas ideias e polemizar com a Igreja Católica, com o governo brasileiro e com a intelectualidade em geral, enquanto esteve na Igreja Romana, manteve uma revista chamada Mensageiro de Nossa Senhora Menina, depois já na sua Igreja Católica Apostólica Brasileira, a revista A Luta. Sua reflexão teológica e atividade pastoral voltada para a praxis sem prescindir das ciências sociais para a compreensão da realidade, o coloca como um dos precursores da Teologia da Libertação, condição reivindicada pelos teólogos da sua igreja adeptos dessa escola teológica, como Dom Geraldo Albano de Freitas e Rosalvo Salgueiro. A excomunhão Em 1945, Dom Carlos denunciou a Operação Odessa, que afirmou ter sido organizada pelo Vaticano para permitir a fuga de oficiais nazistas. Após isso, que mostrou-se um estopim para que viesse punição mais severa para o dissidente bispo, o Papa Pio XII excomungou-o. D. Carlos ignorou a excomunhão e, como consta da Ata de Fundação, em 06 de julho, criou a Igreja Católica Apostólica Brasileira. 31.06.1947 - Declarado Excomungado Vitando pela Santa Sé. A ICAB - Igreja Católica Apostólica Brasileira Dom Carlos, no período compreendido da sua saída da Igreja Católica Apostólica Romana e a organização por ele da Igreja Católica Apostólica Brasileira, aos 15 de agosto de 1945 ordenou como bispo, o então Bispoeleito da Igreja Católica Livre Dom Salomão Barbosa Ferraz, que, em 1959 abandonou a sua jurisdição para unir-se à Igreja Católica Apostólica Romana, onde foi recebido pelo Papa João XXIII e reconhecido como válido bispo, sem receber nova sagração (mesmo sub conditione). Dom Carlos, em outubro de 1945, fundou o "Partido Socialista Cristão" registrado no Tribunal Superior Eleitoral por meio da Resolução 211. Faleceu em 26 de março de 1961. 1970 - Foi “canonizado” pelos bispos da Igreja Católica Apostólica Brasileira como São Carlos do Brasil, tendo sua festa litúrgica no dia 21 de julho, dia do seu natalício.